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Rio e sua mata ciliar (Foto: Igui Escola)

Muitas vezes já abordamos aqui no blog situações onde rios foram retificados e suas margens passaram a ser usadas de formas erradas, sendo que os impactos negativos foram e são sentidos até os dias de hoje.

Quando se fala nessas margens, é impossível não se lembrar das matas ciliares e o tamanho de sua importância na preservação de rios e cursos d’águas.

Grosso modo, uma mata ciliar tem a mesma função dos cílios de novos olhos, daí o nome parecido. Pode parecer brincadeira, mas essa é a melhor analogia. Vejam que os nossos cílios protegem nossos olhos de poeiras e qualquer outro fragmento nocivo. Eles também lubrificam nossos olhos, através das piscadas. A mata ciliar é muito similar.

Também chamada de Área de Preservação Permanente (APP), a mata ciliar protege os rios, represas e córregos, de modo a impedir que sujeiras sólidas, como terra, areia, restos de inseticidas, herbicidas e etc, cheguem até esses locais.

A mata ciliar também funciona como um filtro do ambiente ao redor dos rios, evitando ou diminuindo a presença de sedimentos trazidos com a água das chuvas e da poluição em forma de resíduos tóxicos e lixo, contribuindo, assim, para conservar as redes de drenagem. Além disso, possibilita a absorção de nutrientes como nitrogênio, fósforo, cálcio e magnésio.

Percebam que a qualidade da água e da biodiversidade de um rio com mata nativa em suas margens é muito maior do que aqueles onde as margens foram degradadas e há apenas terra pura que, com o passar do tempo, vai se desprendendo e caindo na água.

POR QUE PRESERVAR?

Apesar de seus benefícios e da importância para o meio ambiente, a mata ciliar vive correndo perigo por conta do desmatamento ilegal e da construção de pastagens. A diminuição da área verde nas margens dos rios, principalmente nos igarapés, favorece o rebaixamento do nível do lençol freático.

Outro fato danoso à mata ciliar é a queimada. Alguns produtores colocam fogo na vegetação com o objetivo de renovar as pastagens ou limpar a terra. Entretanto, tal prática leva ao empobrecimento do solo. Com a secura, aparecem aquelas famosas rachaduras, de modo que todo tipo de sujeira penetre no solo e indo parar no rio. Sem contar que, como dissemos acima, sem essa mata, todo tipo de sedimento ou lixo não é barrado, acabando por poluir o curso d’água.

No Brasil, segundo o Código Florestal Brasileiro, uma distância mínima precisa ser respeitada. Essa largura varia de tamanho e está relacionada ao tamanho da largura do rio. Por ser uma APP, a mata ciliar deve-se manter intocada e caso ela esteja degradada, imediatamente sua recuperação deve ser providenciada.

Por exemplo, em rios com até 10 metros de largura, a mata preservada deve ser de 30 metros. Entre 10 e 50 metros de largura, a mata ciliar deve ter 50 metros. Em rios de 50 a 200 metros de largura, esse número vai para 100 metros de mata. Caso o rio exceda 600 metros de largura, a mata preservada em suas margens deve ser de 500 metros. Para nascentes e olhos d’água, a mata mínima conservada deve compreender um raio de 50 metros de largura. Já os manguezais devem ter toda sua extensão preservada.

Se quiserem mais informações, acessem a página do WWF.