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Estação da Linha 5-Lilás (Foto: Thiago Silva)

Todos nós sabemos da importância do transporte sobre trilhos em uma cidade do porte de São Paulo. Tanto é que muitas regiões da cidade dependem exclusivamente do serviço de ônibus e isso reflete no tempo de deslocamento diário. Obviamente que existirão regiões que ainda não serão contempladas com linhas de metrô, porém, a ampliação da rede sobre trilhos reduzirá o tempo de percurso em parte do trajeto.

Atualmente há quatro linhas, sob responsabilidade da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), em construção: Linha 4-Amarela, Linha 5-Lilás, Linha 15-Prata e Linha 17-Ouro. Além dessas, há as linhas 6-Laranja e 18-Bronze, ambas com obras momentaneamente paradas. Embora apareçam nos planos futuros do Metrô, essas duas linhas não estão, efetivamente, à cargo da estatal, já que ambas foram licitadas via Parceria Público-Privada (PPP) integral.

Das linhas em construção, provavelmente todas elas estarão concluídas antes de 2025. Já as duas linhas anteriormente citadas com obras paradas, há uma incógnita. A Linha 6-Laranja, por ser muita mais complexa, dificilmente fique pronta antes da primeira metade da próxima década. Já a Linha 18-Bronze, por ser monotrilho, e também por ser mais simples, há uma grande possibilidade de que esteja em pleno funcionamento até o fim do próximo quinquênio.

Mas aí vem a pergunta: com todas essas obras finalizadas ou em plena construção, quais serão as próximas linhas do Metrô a ganharem corpo? Afinal de contas, a empresa não ficará de braços cruzados, levando em conta a demanda crescente por esse tipo de transporte.

Pois bem, consultamos uma apresentação do Metrô que trata de seu plano de expansão para os anos 2020-2026. A proposta da estatal é de R$ 32 bilhões para o período. No arquivo, é citada as novas linhas que entrarão na fila para construção. Vejam:

  • Linha 19-Celeste: é a linha que, digamos, está engatilhada. Inclusive já consta no orçamento para o ano de 2019, ou seja, será a primeira, ao que tudo indica, a sair do papel. O ramal sairá de Guarulhos, na futura Estação Bosque Maia e chegará até a região central de São Paulo, integrando na Estação Anhangabaú da Linha 3-Vermelha. Quem acompanha os projetos futuros, sabe que essa linha, em algumas divulgações, consta como chegando até a região de Campo Belo, provavelmente se conectando com a Linha 5-Lilás e Linha 17-Ouro. Ao que tudo indica, a linha será dividida em duas fases de construção. Ainda sobre ela, nesse seu traçado, ela passará pela zona norte de São Paulo, atendendo bairros adensados e que dependem apenas de linhas de ônibus, como Jardim Brasil, Jardim Japão, Vila Medeiros e Vila Maria. Finalmente, a região terá mais uma linha sobre trilhos.

Além da Linha 19, há outras cinco linhas constando no plano de 2020-2026, essas, porém, em fases iniciais de projeto. Seguem:

  • Linha 20-Rosa (Lapa-ABC): essa linha já é bastante conhecida. Sairá da Lapa e passará por bairros como Alto da Lapa, Alto de Pinheiros, Pinheiros, Itaim Bibi, Moema, Saúde e Cursino. Nesse trajeto, se integrará com as linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 1-Azul e 18-Bronze;
  • Linha 21-Grafite (Celso Garcia): essa linha já teve seu traçado definido entre Pari a Nordestina, avenida importante da zona leste que liga São Miguel a Guaianases. Não se sabe, porém, em que ponto dessa via a linha chegaria. Vale ressaltar que o traçado é incerto, embora, ele passe no eixo das avenidas Celso Garcia e Amador Bueno da Veiga. Uma curiosidade interessante é que essa linha já foi avaliada para ser monotrilho, porém, o projeto foi descartado;
  • Linha 22-Bordô (São Paulo-Cotia): o que esse sabe é que essa linha partirá das imediações de Pinheiros ou Butantã e seguirá para o município de Cotia beirando o eixo da Rodovia Raposo Tavares (SP-270) chegando até a região de Granja Viana. No passado já foi cogitada para ser monotrilho, recebendo denominação de Linha 22-Cobre;
  • Linha 23-Magenta (Arco Norte): do nosso ponto de vista, essa é uma das linhas mais importantes e esperadas. Ela mudará completamente a dinâmica de deslocamento dos moradores da zona norte de São Paulo. Para entenderem melhor, leiam o nosso artigo falando a respeito clicando aqui. Sobre a linha, ela já teve vários traçados diferentes, como Corifeu-Bresser e Lapa-Dutra. Em todos os casos, a região norte seria cortada transversalmente, fazendo conexão com a Linha 1-Azul em Santana ou em Portuguesa-Tietê. O Metrô não deixa claro qual seria a última versão do traçado, embora é sabido que continuará a ligar as zonas oeste e leste;
  • Linha 24-Vinho (São Paulo-Diadema): essa é a mais desconhecida do projeto. Não se sabe onde será o ponto de início em São Paulo e em Diadema. Até mesmo a cor da denominação nós estamos supondo. Hoje a conexão dessas duas localidades é realizada através do Corredor Metropolitano do ABD operado pela empresa Metra com trólebus.

Além das novas linhas acima, está nos planos o tão aguardado prolongamento da Linha 2-Verde entre Vila Prudente e Dutra, cruzando a zona leste verticalmente e se conectando com a Linha 3-Vermelha na Estação Penha. Bairros como Água Rasa, Vila Formosa, Anália Franco e Penha seriam beneficiados. A linha chegaria a Guarulhos também.

Como podemos ver, são vários projetos que ajudarão no deslocamento e aumentarão a malha substancialmente. O Metrô revela que o objetivo de sua rede futura é ter 10 linhas (1, 2, 3, 4, 5, 6, 15, 17, 18 e 19) que juntas somarão 164 km de trilhos, 135 estações, 300 trens e 6 milhões de passageiros transportados por dia. Se colocarmos as outras cinco linhas em projeto na conta, o número poderá chegar a 250 km de trilhos, que somados com a rede da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), ultrapassará a marca dos 500 km. São números ambiciosos.

Resta saber, porém, quando tudo isso ficará pronto. Pelo histórico, sabemos que uma linha não fica pronta da noite para o dia e que pode haver muitos contratempos durante sua construção.

Lembremos que durante a campanha eleitoral, o candidato João Doria (PSDB), vencedor do pleito, chegou a afirmar que iria tentar viabilizar 250 km de metrô em 20 anos. Fazendo um cálculo superficial, todas essas 5 linhas em projeto não somam isso. Mesmo colocando as atuais em obras, aparentemente fica abaixo da meta. Se hoje temos 96 km de metrô e o Metrô afirma que as 10 linhas somarão 164 km, significa que juntas elas adicionariam à rede 68 km, restando, ainda, 182 km para completar os 250 km. Óbvio que durante as próximas duas décadas novos projetos surgirão o que resultará na construção de novos ramais. A questão é: será que essas 5 linhas citadas no arquivo estarão prontas em 20 anos? Será que os 68 km propostos pelo Metrô estarão prontos até 2030, ao menos? Veremos.

Além dos projetos de linhas, o Metrô cita também como metas de recapacitação e modernização, as portas de plataforma, interligação das linhas 2-Verde e 4-Amarela, Infovia, leasing de trens, ventilação principal nas linhas 2 e 3 e Pátio Tamanduateí.

A apresentação com esses planos futuros do Metrô está disponível na página da Aeamesp e vocês podem consulta-lo na íntegra clicando aqui.