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3 unidades dos novos ônibus (Foto: Thiago Silva)

Na tarde de ontem, dia 10 de dezembro de 2018, foram apresentados, em frente à prefeitura, três dos 15 novos ônibus elétricos que passarão a circular na cidade. A iniciativa, que é pioneira no Brasil, conta com energia 100% limpa, uma vez que a energia elétrica consumida pelos veículos será gerada por meio de placas de captação solar em uma fazenda da Build Your Dreams (BYD), fabricante do chassi, no interior de São Paulo.  A expectativa é que os três primeiros veículos estejam circulando ainda este ano; os demais entrarão no sistema gradativamente.

O projeto foi anunciado em outubro desse ano e inclusive noticiamos aqui.

Os ônibus, modelo BYD D9W, são 100% elétricos, movidos a bateria, têm espaço para até 81 passageiros, área para cadeira de rodas, acessibilidade com rampa de acesso, piso baixo, Wi-Fi, portas digitais USB e ar-condicionado.

Participaram do evento o prefeito de São Paulo, o secretário de Mobilidade e Transportes, o presidente da São Paulo Transporte (SPTrans), o diretor do Departamento de Operação do Sistema Viário (DSV), os representantes da empresa BYD, além de outras autoridades.

O secretário de Mobilidade e Transportes ressaltou a importância da análise dos ônibus em situação real: “Nós temos agora uma operação de campo mesmo, para a gente sentir todas as limitações e vantagens e aí adaptar a estrutura de controle da SPTrans e das garagens para que possam receber essa tecnologia”.

A linha onde os ônibus irão operar foi selecionada após estudos de viabilidade da SPTrans, que convidou todas as empresas do sistema para que manifestassem interesse em participar do Projeto Piloto para operar 15 ônibus elétricos da BYD. Nove operadoras do sistema manifestaram interesse em participar do projeto.

O presidente da SPTrans destacou a iniciativa. “É algo inédito no Brasil e demonstra o compromisso junto à população para uma qualidade de vida melhor com a adoção de veículos movidos a energia limpa, com o diferencial de que o projeto é concebido desde a geração da energia, no interior do Estado, até a operação dos ônibus nas ruas da cidade”, afirmou. “A SPTrans, que é referência técnica seguida por outros sistemas em diversas partes do País, mais uma vez mostra pioneirismo, alinhada às inovações para o bem-estar de todos”, concluiu.

Os critérios para a escolha da empresa e da linha levaram em conta o percurso, a quilometragem diária por veículo, o número de passageiros transportados, a frota, o menor custo para disponibilização da energia elétrica no local de abastecimento, a distância entre a garagem e o ramal elétrico.

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Novo veículo elétrico (Foto: Thiago Silva)

A linha 6030/10, operada pela Transwolff Transportes e Turismo, atende todos os critérios estabelecidos para o projeto.  Ela tem 29,7 km de extensão, 21 ônibus na frota, opera com intervalo médio de 5,5 minutos no Pico Manhã e transporta, em média, 17,5 mil passageiros por dia útil.

A Plamurb recebe com entusiasmo essa notícia, já que quanto mais veículos menos poluidores, melhor a qualidade de vida e ambiental, porém, aquele velho ceticismo ainda nos perturba: será que o projeto irá vingar? Vejam que não é de hoje que testam tecnologias limpas, ou melhor dizendo, menos poluidoras, mas que depois de algum tempo, infelizmente, são abandonadas. Foi assim com os ônibus a gás, híbridos, biodiesel, etanol, os primeiros elétricos e, claro, os famosos trólebus que, embora ainda rodem pela cidade, tiveram sua frota reduzida para menos da metade entre os anos de 2002 e 2004 durante a gestão Marta Suplicy (ex-PT, atual MDB).

Um detalhe que nos chamou a atenção foi a escolha de uma empresa permissionária do sistema local da zona sul, no caso a Transwolff. Embora a SPTrans alegue critérios técnicos, acreditamos também que houve um pouco de influência por parte do vereador e Presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (DEM), que é conhecido por sua proximidade com as empresas de ônibus, sobretudo, na zona sul da cidade.

Caso essa ideia avance, poderia se pensar, inclusive, em utilizar a energia gerada para a alimentar o sistema trólebus paulistano. Quem sabe?