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Tram em Luxemburgo (Foto: CAF/Railtube)

Luxemburgo, nação europeia encravada entre a Bélgica, Alemanha e França, está prestes a se transformar no primeiro país do mundo a tornar todo o seu transporte público gratuito.

As tarifas de trens, bondes e ônibus serão suspensas no próximo verão, por volta do meio do ano que vem, sob os planos do governo de coalizão reeleito liderado por Xavier Bettel, que assumiu o segundo mandato como primeiro-ministro na quarta-feira, dia 05 de dezembro de 2018.

Bettel, cujo Partido Democrata formará um governo com o Partido Socialista dos Trabalhadores, de esquerda, e os Verdes, prometeu priorizar o meio ambiente durante a recente campanha eleitoral.

A cidade do Luxemburgo, a capital do pequeno Grão-Ducado, sofre de alguns dos piores congestionamentos do mundo.

O financiamento das gratuidades viria através de cobranças de motoristas de automóveis, assim, a utilização do transporte público aumentaria e haveria um combate ao aquecimento global. O governo acredita que onerando os motoristas, possa haver um estímulo para que as pessoas deixem seus carros em casa.

No local moram cerca de 110.000 pessoas, porém, cerca de 400.000 se deslocam diariamente para a cidade à trabalho. Um estudo realizado concluiu que os motoristas da capital gastaram em média cerca de 33 horas em engarrafamentos em 2016.

A população de Luxemburgo está por volta de 600.000 habitantes. Por outro lado, cerca de 200.000 pessoas que vivem na França, Bélgica e Alemanha se dirigem diariamente ao referido país para trabalhar. Dessa forma, a questão da mobilidade acaba tendo uma atenção especial.

Luxemburgo tem demonstrado cada vez mais uma atitude progressista em relação ao transporte. Neste verão, o governo trouxe transporte gratuito para todas as crianças e jovens com menos de 20 anos. Alunos do ensino médio podem usar transporte gratuito entre sua instituição e sua casa. Os passageiros precisam pagar apenas € 2 (£ 1,78) por até duas horas de viagem, que, em um país de apenas 2.599 km² cobre quase todas as viagens. Para se ter uma ideia, a cidade de São Paulo possui cerca de 1.500 km² e o Bilhete Único Comum vale por até três horas.

Agora, a partir do início de 2020, a tendência é que todos os tíquetes de acesso ao sistema de transporte sejam abolidos, economizando na cobrança de tarifas e no policiamento das compras deles. A proposta ainda está para ser totalmente pensada, no entanto. Ainda não foi tomada uma decisão sobre o que fazer com os compartimentos de primeira e segunda classe nos trens de passageiros.

O texto desta publicação foi divulgado pelo jornal The Guardian e traduzido pela Plamurb com algumas adições. Confira o texto original aqui.